Artigo de Reinaldo Domingos doutor e mestre em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira.
O número de inadimplentes já passa dos 60 milhões em todo o país e contratar um empréstimo, mesmo estando negativado, muitas vezes é a opção encontrada para quitar as dívidas.
Segundo os últimos dados divulgados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 43,5% dos brasileiros que pegaram dinheiro emprestado mesmo com o CPF restrito continuam em débito. Desse total, 20,5% não conseguiram limpar o nome e terão que pagar pelo empréstimo. Outros 10,3% saíram da situação de inadimplência, mas não sabem se poderão pagar pelo valor financiado.
Mas para sair dessa situação é preciso manter a calma, encarar a realidade e então se planejar para se livrar das dívidas de forma definitiva.
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“O primeiro passo é justamente saber qual é o tamanho real da dívida. Boa parte dos que estão endividados tem medo de encarar a situação e acabam entrando em uma bola de neve. É preciso que se conheça primeiro a verdadeira situação financeira em que se encontra para então tomar uma atitude”, orienta o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.
Confira abaixo algumas orientações do educador financeiro para conquistar o equílibrio e sair do vermelho:
Faça um diagnóstico financeiro
Coloque na ponta do lápis todas as suas dívidas, priorizando as que são de serviços e produtos essenciais, que não podem ser cortados (energia elétrica, água, gás e aluguel), e as que têm os juros mais altos (cheque especial e cartões de crédito).
Crie um apontamento de gastos
Durante 30 dias, anote todos os gastos que tiver, separando por tipo de despesa. Até mesmo os “pequenos”, como aquele cafézinho ou guloseimas na padaria, que muitas vezes passam despercebidos, devem entrar na lista, pois no fim desse período você poderá perceber de que forma o seu dinheiro está sendo gasto. Com esse apontamento nas mãos fica mais fácil visualizar quais gastos podem ser reduzidos ou eliminados.
Cuidado com as negociações
Caso não tenha condições para quitar a negociação de uma dívida, não a faça, pois um passo precipitado pode piorar a situação. Portanto, apenas procure um credor quando tiver a certeza do quanto terá disponível mensalmente para pagar e assim negociar a dívida.
Analise as alternativas
Nem sempre trocar uma dívida por outra é a melhor saída. É claro que o crédito consignado, por exemplo, oferece juros mais baixos se comparados ao cheque especial e cartão de crédito, já que esse pagamento é retido diretamente do salário. E é justamente por isso que é preciso cautela, pois para quem tem dificuldade em administrar suas finanças, ter a renda mensal reduzida pode levar a novos endividamentos, entrando na famosa bola de neve financeira onde as dívidas só aumentam.
Controle a impulsividade
Antes de realizar qualquer compra, se faça algumas perguntas: “Eu realmente preciso desse produto?”, “O que ele trará de benefício para a minha vida?”, “Estou comprando por uma real necessidade ou sendo influenciado por alguma propaganda ou terceiros?” Você pode ter uma grande surpresa sobre a grande quantidade de produtos ou serviços adquiridos apenas por impulso e assim controlar os seus gastos supérfluos.
Resgate os seus sonhos
Muitas vezes é difícil encontrar forças para “dar a volta por cima”, por isso muito é importante resgatar os objetivos e sonhos que realmente importam na sua vida e que serão o principal combustível para mudar os hábitos e sair de uma situação de endividamento. Relacione no mínimo três sonhos: um de curto prazo (a ser realizado em até um ano), um de médio prazo (entre um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos), sendo que um deles deve ser o de sair das dívidas.
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